A democracia é ainda um sistema inacabado, que tem um caminho sinuoso, cheio de precalços e recheado de imperfeições.
Seria desejável que assim não fosse, seria desejável que, de um momento para o outro (?), se implantasse no mundo, um sistema filosófico e cultural perfeito e acabado, com soluções e meios para dar a todos os cidadãos o necessário para uma vida digna, capaz de induzir em cada um a felicidade a que tem direito.
Mas será que um sistema destes é possível? E sendo possível é viável que se faça por "decreto" ou pela força das armas?
Em primeiro lugar, já houve no século passado quem entendesse que sim e o resultado é conhecido; o sistema comunista (a Leste ou na Ásia) não resolveu os problemas das pessoas e, paradoxalmente, ao construirem Estados totalitários e belicistas, (em especial na extinta URSS, na ainda comunista (?) Republica da China ou na mais absurda e cruel ditadura do nosso tempo, a Coreia do Norte), os comunistas tornaram-se nos maiores carrascos da liberdade e dos direitos dos trabalhadores, em nome dos quais tinham feito a revolução.
Em segundo lugar, se é possível (eu quero acreditar que sim), construir uma sociedade capaz de transformar a humanidade, tornando todo os homens solidários, participantes do bem comum e respeitadores dos direitos individuais e colectivos.
Se é possível, dizia eu, construir essa socieddade "perfeita", a história e a experiência demonstram-nos que isso só poderá ser conseguido através de um processo lento, feito de estruturas criadas "tijo-a-tijolo", defendidas dia-a-dia e recheadas de uma aprendizagem permanente, baseada no exercício de cidadania, onde a pedra de toque seja o respeito mútuo.
É neste caminho político de "construção social" que eu acredito.
E, cada vez mais claramente, tenho consciência que é no sistema democrático que encontramos as melhores condições objectivas para percorrer esse caminho.
Será sempre um caminho lento, cheio de altos e baixos, mas assente na procura de uma sociedade onde a cultura democrática persiga a construção de um mundo novo, cada vez mais equilibrado, mais solidário e capaz de se desenvolver em simultaneo com a promoção de uma cultura de paz, em harmonia com a natureza.
É esse caminho de tolerância, onde cada um tem o direito de defender as suas idéias, aceitando a crítica e a diferência de opinião.
É esse caminho, onde a procura de melhores condições para si e para os seus, não se faça à custa do espezinhar dos outros.
Esse caminho, onde predomine a riqueza da vida em vez da "riqueza à custa da vida".
É esta forma de estar que euassumo como cultura democrática.
É esta cultura que tento seguir, tendo consciência que nem sempre consigo fazê-lo com total isenção.
Mas, a minha imperfeição não me impede de ter um profundo respeito pelas pessoas, independentemente da idade, da condição social, do pensamento político ou religioso que profesam.
Agora, a quem de forma frequente e sem qualquer razoabilidade, indevidamente usa o meu nome para justificar a discordância com outros.
A quem procura ofender-me de forma gratuita e a coberto do anonimato, apenas porque acham que exorcisam os seus fantasmas ou resolvem as suas frustrações, evocando o meu nome.
A esses, sinceramente digo não! Não é democrático, não é justo, não é honesto.
Deixo por isso aqui um apêlo:
- Discordem de mim!
- Confrontem-me com os meus erros ou com as minhas idéias mas,...., sejam homens e mulheres de coragem e ofendam-me cara-a-cara ou devidamente identificados.
- Façam isso com todos os outros.
- Eu comprometo-me a fazer o mesmo e é também para isso que criei este Blog, onde dou a cara e aceito todas as participações, desde que identificado o seu autor.
Vamos procurar o desenvolvimento para a nossa terra, confrontando as nossas idéias.
Mas, façamo-lo de forma séria, frontal e aberta, sem procurar destruir ninguém, só porque pensa de forma diferente de nós.
Foi esse comportamento que sempre assumi, enquanto Adjunto do Presidente Nabais e agora assumo, enquanto Vereador.
Nem sempre concordei com o anterior Presidente e nem sempre discordo do actual mas, há uma coisa que pratico e garanto sempre; não digo nas costas de nenhum deles, aquilo que não tive coragem de lhes dizer pessoalmente.
Um bom ano para todos e que consigamos o melhor para nós, para as nossas famílias e, óbviamente, também para o nosso concelho de Alandroal.
TERRAS DO ENDOVÉLICO
ALANDROAL - Passado, Presente e Futuro. "TERRAS DO ENDOVÉLICO" será um espaço de pesquisa, diálogo e intervenção sobre a Cultura, o Património, as Pessoas e as Instituições que dão corpo a essa identidade colectiva que é o concelho de Alandroal. Este Blog será daqueles que se reconhecem na frase; ALANDROAL...,SONHOS MEUS!
sexta-feira, 8 de janeiro de 2010
segunda-feira, 21 de dezembro de 2009
Árvore nativa do sul da Europa e sudoeste asiático, comum na Península Ibérica, sul de França, Itália, Grécia e Ásia Menor.
O nome “Árvore-de-Judas” pode ter surgido por se pensar que foi num exemplar desta espécie que Judas Iscariotes se enforcou após ter traído Cristo.
In Blog do Grupo dos Amigos da Tapada das Necessidades.
Nos últimos tempos, o termo Olaia (ou Árvore de Judas), tem feito parte das minhas preocupações.
Começou por ser apenas um motivo de discussão em reunião de Câmara, por causa da proposta de alterações à obra de requalificação da envolvente ao Castelo (Praça da República e Rua João de Deus).
O Presidente propôs, a maioria aprovou e, como é costume, fica tudo bem.
Só que eu, sendo respeitador da legalidade democrática, gosto de entender as coisas, mesmo que continue a discordar.
E, se numa primeira fase parecia que estava tudo explicado; estávamos perante uma mera contrapartida política aos comunistas para que o Presidente da Câmara tenha a maioria que precisava.
Essa é uma explicação mas será que as laranjeiras são assim tão importantes para quem não é produtor de citrinos?
Não, tinha que haver outra razão.
Era demasiado absurdo que a insistência em substituir Palmeiras e Olaias por Laranjeiras, fosse apenas uma mera contrapartida política, embora por falta de ideias e projectos alternativos se tenha chegado a fazer uma “vigília" (qual missa negra, com velinhas acesas, etc.), como se as laranjeiras fossem um objecto de culto religioso ou elementos fundamentais para a vida dos alandroalenses.
Acabei por encontrar uma razão para que as Palmeiras fossem banidas:
- Embora a Palmeira seja a árvore de embelezamento que no passado era utilizada na nossa região (numa volta pelos montes mais antigos do nosso Concelho, a árvore que encontramos a enfeitar a frente do Monte é a Palmeira), tal como acontece em toda a zona sul da península ibérica (vide sul da Extremadura e Andaluzia, na vizinha Espanha).
- Embora por todo o país se esteja a adoptar a Palmeira como árvore de embelezamento, exactamente por não necessitar de rega e poupar não apenas na água mas também nos custos de instalação e manutenção dos sistemas de rega.
A verdade é que se tornou num símbolo das críticas ao mandato de João Nabais e então, qual exorcismo, aas palmeiras tinham que ser banidas.
Mas continuava por resolver o problema da ex-comunhão das Olaias e isto era para mim um dilema.
De facto, ao substituir também as Olaias, que são árvores de sombra e que estavam previstas para a zona onde se encontra a estátua do Dr. Xavier, plantando aí em troca um autêntico laranjal, não se está apenas a descaracterizar um projecto de requalificação urbanística mas também a inviabilizar que durante vários anos esse espaço seja utilizado como uma zona de sombra, a usufruir por todos, em especial os mais idosos que por ali se concentram.
Para quê colocar bancos que convidam ao descanso, quando não existem lá árvores de sombra?
Será que se prevê que nestas alterações climáticas, o Alandroal deixe de ter um calor tórrido no verão? Dizem os especialistas, que por acção do maldito CO2, vai haver é mais calor.
Então ficou ainda mais claro para mim, que esta alteração é absurda e criminosa do ponto de vista estético e ambiental.
Ainda se admitiria que se colocassem algumas Laranjeiras nos locais onde não se concentram pessoas para usufruir da sombra, fazendo assim alguma transição e sinal de respeito pela memória recente. Agora esta solução não é admissível com um mínimo de razoabilidade.
Depois de tudo isto e por tudo isto continuava sem conseguir encontrar a última razão da minha incompreensão; porquê substituir a sombra das Olaias (onde eu já estava a ver os turistas a descansar e reformados e grupos de amigos, em amena cavaqueira), por um laranjal, em plena praça principal da Vila?
Ao ler a descrição abaixo, encontrei uma explicação possível para o meu dilema.
“O nome “Árvore-de-Judas” pode ter surgido por se pensar que foi num exemplar desta espécie que Judas Iscariotes se enforcou após ter traído Cristo.”
É verdade que no Alandroal há "Cristo" e "Judas", mas só no nome..., digo eu.
Alguém estaria com receio de que estas Olaias fossem portadoras de alguma premonição!sexta-feira, 27 de novembro de 2009
Concelho do Alandroal
Terra de Deuses, Guerreiros e Poetas
O Concelho de Alandroal compreende uma vasta região habitada desde tempos imemoriais, sendo por isso povoada de grandes exemplos de cultura e património.
Do ancestral e importante templo de origem Celta dedicado ao Deus Endovélico (infelizmente destruído sem deixar sequer ruína visitável), até ao santuário cristão da Boa Nova em Terena, existe todo um conjunto de símbolos religiosos e pagãos que determinam que este Concelho seja um dos mais importantes expoentes da cultura material e imaterial da região do Alentejo.
A par deste património que resulta da presença humana, existe outro não menos importante e de origem natural, representado pela grande riqueza ambiental que, talvez devido à protecção de tantas divindades, cresceu e sobrevive com uma exuberância notável.
Mas não foram apenas os deuses a proteger estas terras e, com origem na defesa militar, foram-nos legados dois Castelos (Alandroal e Terena) e uma Fortaleza (Juromenha), que integram um património arquitectónico de grande valor.
Se ainda não conhece estas terras e estas gentes, pode dar início a uma visita virtual que queremos, seja o prelúdio de muitas visitas reais;
“Percorrer o concelho de Alandroal é fazer uma viagem no tempo revisitando as origens e alguns dos mais importantes períodos da história de Portugal.
Começando na Sede do Concelho e subindo à Torre de Menagem do Castelo de Alandroal, os degraus em xisto oferecem-nos uma escadaria sabiamente desenhada por arquitecto mouro, ao serviço de cristãos.
Chegados ao cimo, imaginemos uma qualquer “máquina do tempo” que nos transporte para uma visita no tempo e no espaço destas terras de história viva.
Olhando para poente viajamos até ao muito cristão Monte de S. Miguel da Mota. Ai chegados, recuamos ao período pré-latino e apelamos ao Deus Endovéllicus que nos diga se afinal Viriato foi ou não defensor destas terras, até cair perante o poderio imperial de Roma.
Se não obtivermos a resposta desejada, podemos insistir e visitar o templo da Rocha da Mina, pode ser que o Deus os Lusitanos se encontre por aí e então perguntar-lhe; como foi possível que ele, Endovéllicus, fosse venerado pelos poderosos Romanos que nem os valentes Lusitanos tinham logrado derrotar?
Tendo obtido ou não resposta, poderemos continuar acompanhando a Ribeira de Lucefécit na sua caminhada para sul, aproveitando para procurar nos vestígios do Castelo Velho algo que nos fale da Moira Encantada.
Como provavelmente não vamos ouvir a voz maviosa da citada moira, avançamos no tempo e no espaço visitando o Castelo de Terena e daí mirar o medieval Santuário da Boa Nova, procurando razões para tão estranha forma de construir casa divina.
Visitando o Santuário absorve-nos um ambiente místico de sensações variadas mas continuamos com dúvidas se a sua origem é medieva ou se não terão razão aqueles que acreditam ter a Senhora da Boa Nova reconstruido “casa” mais antiga, outrora morada de outra “senhora” chamada de Ataegina, deusa do Renascimento ( Primavera), símbolo da fertilidade e da natureza.
Conhecendo a beleza e capacidade produtiva das terras envolventes, não seria estranho que fosse resultado de “bênção divina”.
Sem vontade de escolher entre uma “deusa” e uma “santa”, apreciamos a beleza do local e no regaço líquido da Ribeira do Lucefécit, continuamos a descer até ao Rio Guadiana que alimentou gerações nas suas margens e agora os homens transformaram no maior lago artificial da Europa.
Aqui chegados, desaguamos entre margens de Capelins e Rosário, aproveitando para descansar na calma e beleza deste local, onde a ruralidade assume o seu explendor.
Aproveitando para uma “sesta” reparadora, o sonho transporta-nos para o período da ocupação romana e encontramo-nos em plena Villa Romana dos Castelinhos, cujos vestígios arqueológicos podemos procurar quando o grito estridente de uma águia passageira der por finda a nossa “sesta”.
Saboreando mais uma vez a extraordinária beleza envolvente e movidos pela curiosidade, vamos tentar saber a razão de estranhas sepulturas visitando a Anta de Santa Luzia e as Sepulturas Medievais, escavadas na rocha, bem junto à Aldeia do Rosário.
Continuando a perseguir as terras da fertilidade, subimos até ao lugar onde o Guadiana volta a ser rio e onde se fecha a Porta do Grande Lago de Alqueva.
Chegámos a Juromenha!
Descansando da “viagem” por tantos anos de história, as desgastadas pedras da outrora imponente Fortaleza levar-nos-ão (se para tanto tivermos ainda coragem e imaginação) a percorrer as muralhas que outrora foram intransponíveis para invasores vindos da outra margem, fossem eles mouros, romanos ou simples vizinhos espanhóis, à época também considerados invasores.
Exaustos mas encantados, podemos regressar ao nosso tempo e simplesmente observar a beleza impar que nos envolve, vendo sobreiros, azinheiras, aves e animais, usufruir da vida que desde sempre o Guadiana lhes ofereceu.
Nem a passagem de um qualquer barco, por mais moderno que seja, nos retirará a magia e o deslumbramento.
Como se faz tarde e por falar em beber, aproveitemos para saborear um bom vinho do Alandroal acompanhando uma saborosa “caldeta de peixe do rio”, capturado e preparado por mãos experientes de gente portadora de ancestral sabedoria.
Temos finalmente direito a um sono reparador, vigiado por sábios Mochos, que poderá ser conseguido em qualquer monte transformado em hotel de muitas estrelas no céu, com despertar garantido pela “orquestra sinfónica da passarada”.
Na manhã seguinte, estaremos prontos para recomeçar e encontrar outras tantas razões para continuar a viajar pela história e pela vida, sem sair do Concelho de Alandroal."
Terra de Deuses, Guerreiros e Poetas
O Concelho de Alandroal compreende uma vasta região habitada desde tempos imemoriais, sendo por isso povoada de grandes exemplos de cultura e património.
Do ancestral e importante templo de origem Celta dedicado ao Deus Endovélico (infelizmente destruído sem deixar sequer ruína visitável), até ao santuário cristão da Boa Nova em Terena, existe todo um conjunto de símbolos religiosos e pagãos que determinam que este Concelho seja um dos mais importantes expoentes da cultura material e imaterial da região do Alentejo.
A par deste património que resulta da presença humana, existe outro não menos importante e de origem natural, representado pela grande riqueza ambiental que, talvez devido à protecção de tantas divindades, cresceu e sobrevive com uma exuberância notável.
Mas não foram apenas os deuses a proteger estas terras e, com origem na defesa militar, foram-nos legados dois Castelos (Alandroal e Terena) e uma Fortaleza (Juromenha), que integram um património arquitectónico de grande valor.
Se ainda não conhece estas terras e estas gentes, pode dar início a uma visita virtual que queremos, seja o prelúdio de muitas visitas reais;
“Percorrer o concelho de Alandroal é fazer uma viagem no tempo revisitando as origens e alguns dos mais importantes períodos da história de Portugal.
Começando na Sede do Concelho e subindo à Torre de Menagem do Castelo de Alandroal, os degraus em xisto oferecem-nos uma escadaria sabiamente desenhada por arquitecto mouro, ao serviço de cristãos.
Chegados ao cimo, imaginemos uma qualquer “máquina do tempo” que nos transporte para uma visita no tempo e no espaço destas terras de história viva.
Olhando para poente viajamos até ao muito cristão Monte de S. Miguel da Mota. Ai chegados, recuamos ao período pré-latino e apelamos ao Deus Endovéllicus que nos diga se afinal Viriato foi ou não defensor destas terras, até cair perante o poderio imperial de Roma.
Se não obtivermos a resposta desejada, podemos insistir e visitar o templo da Rocha da Mina, pode ser que o Deus os Lusitanos se encontre por aí e então perguntar-lhe; como foi possível que ele, Endovéllicus, fosse venerado pelos poderosos Romanos que nem os valentes Lusitanos tinham logrado derrotar?
Tendo obtido ou não resposta, poderemos continuar acompanhando a Ribeira de Lucefécit na sua caminhada para sul, aproveitando para procurar nos vestígios do Castelo Velho algo que nos fale da Moira Encantada.
Como provavelmente não vamos ouvir a voz maviosa da citada moira, avançamos no tempo e no espaço visitando o Castelo de Terena e daí mirar o medieval Santuário da Boa Nova, procurando razões para tão estranha forma de construir casa divina.
Visitando o Santuário absorve-nos um ambiente místico de sensações variadas mas continuamos com dúvidas se a sua origem é medieva ou se não terão razão aqueles que acreditam ter a Senhora da Boa Nova reconstruido “casa” mais antiga, outrora morada de outra “senhora” chamada de Ataegina, deusa do Renascimento ( Primavera), símbolo da fertilidade e da natureza.
Conhecendo a beleza e capacidade produtiva das terras envolventes, não seria estranho que fosse resultado de “bênção divina”.
Sem vontade de escolher entre uma “deusa” e uma “santa”, apreciamos a beleza do local e no regaço líquido da Ribeira do Lucefécit, continuamos a descer até ao Rio Guadiana que alimentou gerações nas suas margens e agora os homens transformaram no maior lago artificial da Europa.
Aqui chegados, desaguamos entre margens de Capelins e Rosário, aproveitando para descansar na calma e beleza deste local, onde a ruralidade assume o seu explendor.
Aproveitando para uma “sesta” reparadora, o sonho transporta-nos para o período da ocupação romana e encontramo-nos em plena Villa Romana dos Castelinhos, cujos vestígios arqueológicos podemos procurar quando o grito estridente de uma águia passageira der por finda a nossa “sesta”.
Saboreando mais uma vez a extraordinária beleza envolvente e movidos pela curiosidade, vamos tentar saber a razão de estranhas sepulturas visitando a Anta de Santa Luzia e as Sepulturas Medievais, escavadas na rocha, bem junto à Aldeia do Rosário.
Continuando a perseguir as terras da fertilidade, subimos até ao lugar onde o Guadiana volta a ser rio e onde se fecha a Porta do Grande Lago de Alqueva.
Chegámos a Juromenha!
Descansando da “viagem” por tantos anos de história, as desgastadas pedras da outrora imponente Fortaleza levar-nos-ão (se para tanto tivermos ainda coragem e imaginação) a percorrer as muralhas que outrora foram intransponíveis para invasores vindos da outra margem, fossem eles mouros, romanos ou simples vizinhos espanhóis, à época também considerados invasores.
Exaustos mas encantados, podemos regressar ao nosso tempo e simplesmente observar a beleza impar que nos envolve, vendo sobreiros, azinheiras, aves e animais, usufruir da vida que desde sempre o Guadiana lhes ofereceu.
Nem a passagem de um qualquer barco, por mais moderno que seja, nos retirará a magia e o deslumbramento.
Como se faz tarde e por falar em beber, aproveitemos para saborear um bom vinho do Alandroal acompanhando uma saborosa “caldeta de peixe do rio”, capturado e preparado por mãos experientes de gente portadora de ancestral sabedoria.
Temos finalmente direito a um sono reparador, vigiado por sábios Mochos, que poderá ser conseguido em qualquer monte transformado em hotel de muitas estrelas no céu, com despertar garantido pela “orquestra sinfónica da passarada”.
Na manhã seguinte, estaremos prontos para recomeçar e encontrar outras tantas razões para continuar a viajar pela história e pela vida, sem sair do Concelho de Alandroal."
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