Árvore nativa do sul da Europa e sudoeste asiático, comum na Península Ibérica, sul de França, Itália, Grécia e Ásia Menor.
O nome “Árvore-de-Judas” pode ter surgido por se pensar que foi num exemplar desta espécie que Judas Iscariotes se enforcou após ter traído Cristo.
In Blog do Grupo dos Amigos da Tapada das Necessidades.
Nos últimos tempos, o termo Olaia (ou Árvore de Judas), tem feito parte das minhas preocupações.
Começou por ser apenas um motivo de discussão em reunião de Câmara, por causa da proposta de alterações à obra de requalificação da envolvente ao Castelo (Praça da República e Rua João de Deus).
O Presidente propôs, a maioria aprovou e, como é costume, fica tudo bem.
Só que eu, sendo respeitador da legalidade democrática, gosto de entender as coisas, mesmo que continue a discordar.
E, se numa primeira fase parecia que estava tudo explicado; estávamos perante uma mera contrapartida política aos comunistas para que o Presidente da Câmara tenha a maioria que precisava.
Essa é uma explicação mas será que as laranjeiras são assim tão importantes para quem não é produtor de citrinos?
Não, tinha que haver outra razão.
Era demasiado absurdo que a insistência em substituir Palmeiras e Olaias por Laranjeiras, fosse apenas uma mera contrapartida política, embora por falta de ideias e projectos alternativos se tenha chegado a fazer uma “vigília" (qual missa negra, com velinhas acesas, etc.), como se as laranjeiras fossem um objecto de culto religioso ou elementos fundamentais para a vida dos alandroalenses.
Acabei por encontrar uma razão para que as Palmeiras fossem banidas:
- Embora a Palmeira seja a árvore de embelezamento que no passado era utilizada na nossa região (numa volta pelos montes mais antigos do nosso Concelho, a árvore que encontramos a enfeitar a frente do Monte é a Palmeira), tal como acontece em toda a zona sul da península ibérica (vide sul da Extremadura e Andaluzia, na vizinha Espanha).
- Embora por todo o país se esteja a adoptar a Palmeira como árvore de embelezamento, exactamente por não necessitar de rega e poupar não apenas na água mas também nos custos de instalação e manutenção dos sistemas de rega.
A verdade é que se tornou num símbolo das críticas ao mandato de João Nabais e então, qual exorcismo, aas palmeiras tinham que ser banidas.
Mas continuava por resolver o problema da ex-comunhão das Olaias e isto era para mim um dilema.
De facto, ao substituir também as Olaias, que são árvores de sombra e que estavam previstas para a zona onde se encontra a estátua do Dr. Xavier, plantando aí em troca um autêntico laranjal, não se está apenas a descaracterizar um projecto de requalificação urbanística mas também a inviabilizar que durante vários anos esse espaço seja utilizado como uma zona de sombra, a usufruir por todos, em especial os mais idosos que por ali se concentram.
Para quê colocar bancos que convidam ao descanso, quando não existem lá árvores de sombra?
Será que se prevê que nestas alterações climáticas, o Alandroal deixe de ter um calor tórrido no verão? Dizem os especialistas, que por acção do maldito CO2, vai haver é mais calor.
Então ficou ainda mais claro para mim, que esta alteração é absurda e criminosa do ponto de vista estético e ambiental.
Ainda se admitiria que se colocassem algumas Laranjeiras nos locais onde não se concentram pessoas para usufruir da sombra, fazendo assim alguma transição e sinal de respeito pela memória recente. Agora esta solução não é admissível com um mínimo de razoabilidade.
Depois de tudo isto e por tudo isto continuava sem conseguir encontrar a última razão da minha incompreensão; porquê substituir a sombra das Olaias (onde eu já estava a ver os turistas a descansar e reformados e grupos de amigos, em amena cavaqueira), por um laranjal, em plena praça principal da Vila?
Ao ler a descrição abaixo, encontrei uma explicação possível para o meu dilema.
“O nome “Árvore-de-Judas” pode ter surgido por se pensar que foi num exemplar desta espécie que Judas Iscariotes se enforcou após ter traído Cristo.”
É verdade que no Alandroal há "Cristo" e "Judas", mas só no nome..., digo eu.
Alguém estaria com receio de que estas Olaias fossem portadoras de alguma premonição!
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